(Não) somos racistas?
Parafraseando o título do livro do jornalista Ali Kamel, eu me fiz essa pergunta na manhã desta terça (28/03). Simplesmente porque abro o jornal e me deparo com a seguinte manchete: "Não é racismo se insurgir contra branco, diz ministra". A ministra em questão é a ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Ela diz na matéria: "Não é racismo quando um negro se insurge contra um branco. Racismo é quando uma maioria econômica, política ou numérica coíbe ou veta direitos de outros. A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou. "
Bem, ela pode não estar incitando a "atitude natural", mas por quê? Não estou defendendo a escravidão ou a discriminação racial, mas por que só pode-se ser considerado racismo quando o negro é prejudicado? O favorecimento nas cotas universitárias não é um racismo, na minha opinião, do pior tipo já que põe em jogo a capacidade intelectual.
Há racismo no Brasil, sim. Mas talvez haja em maior quantidade extamente esse tipo do qual a senhora ministra não julga ser racismo. Pra mim racismo se caracteriza quando alguém põe acima ou em detrimento em relação à outra, é uma via de mão dupla. Acredito que o caso brasileiro é muito mais social do que étinico. O "buraco é mais embaixo". è muito cômodo justificar situações complexas com um simples :ah! isso é por causa da discriminação!".
Se o brasileiro, de uma forma geral, parece de ser tão acomodado e não só ficasse buscando desculpas para sua situação, deixaríamos de ser o país do futuro. Semplesmente seríamos.