quarta-feira, 23 de abril de 2008

E o padre?...

Não sei se a imagem já foi postada em algum lugar, mas o Danilo me mandou e eu achei interessante colocar:



Aparece tanta coisa nessa ilha, até o Rodrigo Santoro... porque não o padre?

terça-feira, 22 de abril de 2008

Why so serious?

O novo filme do batman tem tido uma campanha viral massiva.

Coletivas de Harven Dent na internet, material de campanha, coringa espalhando pistas pela cidade, etc...

O site Omelete tem acompanhado todos os passos da campanha.

Só sei que o filme pode até não ser bom, mas o marketing está incrível.

Tirando teias de aranha...

Retomando o blog abandonado...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Mentiras e consequências

Quem não tem algum segredo? Quem nunca inventou uma história? Qual de nós não fez algo inconfessável e se arrepende? Todas nós, mas o segredo de Briony Talles (Saoirse Ronan) toma medidas maiores e acaba por prejudicar algumas pessoas muito próximas a ela. É esse o centro de Desejo e Reparação (Atonement. Reino Unido/França, 2007), drama de época adaptado do romance de Ian McEwan.



Em 1935, clima tenso por estar às vésperas da Segunda Guerra Mundial, a família Talles reúne-se em sua mansão para aproveitar o dia mais quente do ano na Inglaterra. Briony, a filha caçula de 13 anos, nutre uma paixão adolescente por Robbie Turner (James McAvoy), rapaz mais velho e filho do caseiro. Este, porém, ama a sua irmã mais velha Cecília (Keira Knightley), e é correspondido. Com ciúmes, a menina, cujo hobby é escrever peças e livros, inventa uma história que arruína a realização do amor dos dois jovens e a sua relação com Cecília, além de trazer vergonha à família.



Com uma narrativa cortada, o que permite que vejamos pontos decisivos da história por um ângulo diferente, Joe Wright (Orgulho e Preconceito) conta a vida desta garota em três fases de sua vida: no início da adolescência quando é mimada e prepotente, na juventude (Romola Garai) atormentada pelo seu segredo enquanto é enfermeira estagiária em Londres aos 18 anos e na velhice (Vanessa Redgrave), quando tenta se redimir e é uma famosa escritora. Vanessa Redgrave em uma participação pequena e simples, mas altamente tocante e intensa. Esta divisão não separa somente a narrativa da vida da personagem, mas de toda a história do filme.

Um romance, um filme histórico, um filme de guerra. Mais do que isso. Apesar de retratar momentos marcantes da Segunda Guerra para a Inglaterra, como a retratada durante a cena da chegada de três soldados na praia de Dunquerque e a observação da calamidade provocada pela guerra, não são a estes fatores que se dá mais importância. São os sentimentos dos personagens envolvidos em cada cena que tomam o lugar de destaque e a direção de Wrigth arranca o melhor de seus atores neste sentido. É um filme sobre mentiras, sobre as pequenas invenções que criamos em nosso cotidiano e que acreditamos não incomodar ninguém. Revelam-se as mágoas que ignoramos em favor do nosso bem-estar. No caso de Briony, com conseqüências muito além das que ela imaginou.



Atualmente, as “mentiras insignificantes” passam desapercebidas, sejam elas para agradar alguém, para conquistar, para melhorar nosso ego, mesmo que paradoxalmente estejamos tão expostos aos olhares mais diversos. Vivemos montando a nossa história, mesmo que ela não tenha relação alguma com a realidade, com o que realmente se passa conosco, mas o que importa é o que os outros pensam ou acreditam que sejamos.
Estamos desacostumados a pensar nas conseqüências de nossos atos, mesmo que estas sejam mínimas. O que não nos diz respeito aparenta ser irrelevante. Seguimos nos preocupando apenas conosco e deixando para trás Cecílias e Robbies sem levar em consideração quaisquer prejuízos que tenhamos causado. Estas atitudes não se restringem à nossa vida pessoal, mesmo que não haja nada inventado em nós, nossas ações são mais importantes do que as reações ocasionadas por elas.



Mas mais importante do que tomar consciência de nossos erros é redimir-se deles. É tentar ao menos fazer alguma diferença, o que Briony consegue em seu livro lançado. É o seu pedido de desculpas, a sua tentativa de fazer diferente, de organizar a bagunça que fez na juventude. E se já é difícil perceber o que está além de nós quanto mais consertar o que foi feito de errado. Não custa nada tentar.



Há uma onda de atenção a estes pequenos pontos e Hollywood tem se preocupado com estes detalhes em títulos recentes, Crash e Babel são alguns exemplos, mas até agora não se havia tocado em sentimentos ou foi feito de forma tão sutil e marcante. A trilha sonora, ganhadora do Oscar, formada por uma combinação de música e som ambiente, também trabalha para deixar a história mais envolvente e impede que esta caia na mesmice dos filmes de época que conhecemos. Difícil não terminar o filme reconsiderando os pecados que deixamos para trás.

Ficha Técnica
Título Original: AtonementGênero: Romance / Drama / Épico / GuerraTempo de Duração: 130 minutos Ano de Lançamento (Inglaterra): 2007Direção: Joe Wright
Roteiro: Christopher Hampton (baseado em romance de Ian McEwan)
Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Vanessa Redgrave7 Indicações ao OscarOscar de Melhor Trilha Sonora

domingo, 17 de fevereiro de 2008

As melhores tortas de Londres

Demorei. Demorei pra postar aqui de novo. Demorei pra comentar o que vou comentar neste post.

Fato nº 1: Há diretores que fazem a gente ir ao cinema.

Fato nº 2: Há atores que fazem a gente ir ao cinema.

Fato nº 3: Quando dois desses estão juntos é imperdoável não ir ao cinema.

E com certeza, no meu caso, Tim Burton e seu alter ego Johnny Depp me fazem ir ao cinema debaixo de temporal. Fazem até eu reativar o blog pra postar o que eu achei do filme Sweeney Todd: o barbeiro demoníaco da Rua Fleet.

Não, não é a obra-prima de Burton - para mim esse posto ainda é de Edward mãos de tesoura - mas ainda é um filme de Tim Burton, com tudo o que isso quer dizer. A história absurda (um barbeiro que mata seus clientes e entrega os corpos para que a vizinha faça tortas), o visual sombrio, a presença de Depp e Helena Boham Carter.

Também não é a atuação mais brilhante de Johnny Depp, mas ainda é Depp e isso também quer dizer muita coisa.

O fato de ser um musical quase me afastou do cinema, mas senão se tratasse de um musical talvez ele perdesse um pouco do "encanto" e da bizarrice da história. Afinal só Burton conseguiria fazer uma sequência de mortes a sangue frio tão suaves e quase nada nojentas.

Pra quem não sabe o filme é baseado em um musical da broadway - e no final do post tem uma cena de uma das montagens como curiosidade, já que não é possível comparar as duas versões - e as letras e melodias são as mesmas. Mas tem um toque diferente. Depp cantando também é fantástico, assim como Boham Carter que dá um show a parte.

Resumindo, não é um desperdício de tempo e não esperem sair cantando as canções não é um musical cativante, é um musical que incomoda.

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Em 2000, uma encenação do concerto de Sweeney foi apresentada no famoso Davies Symphony Hall, novamente com Patti Lupone e George Hearn estrelando. A reconhecida orquestra de San Francisco, sob a direção de Rob Fisher, fez o acompanhamento deste magnífico concerto (descrição do DVD)